segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Minha Cabeça

Minha cabeça é um pouco engraçada, pois viaja, viaja e não sai do lugar 
Minha cabeça, quando encrencada, ela se faz de enganada só pra enganar
Minha cabeça surpreende o tempo todo num estado meio oco, meio cheia de pensar
Minha cabeça, tadinha, gira gira gira gira como a Terra, só pra voltar ao lugar

Minha cabeça
Minha cabeça
Minha cabeça
Gira gira como a Terra só pra voltar pro lugar!

Minha cabeça faz drama  todo dia que sucede alguma coisa que alta a faz ficar
Minha cabeça sai um pouco do roteiro quando se perde em devaneio, tititi tatatá
Minha cabeça a todo instante tem um chato de galoche que a diz como se comportar

Minha cabeça
Minha cabeça
Minha cabeça
Sempre tem um chato que a diz como se comportar

Não consigo mais rezar
(com a minha cabeça)

Não consigo mais pedir
(pela minha cabeça)

Não consigo mais ludibriar
(a minha cabeça)

Só consigo sufocar
(eu e a minha cabeça)

Eu preciso de outras cabeças pra manter a minha aonde está!!


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Mundo

Mundo gira no próprio eixo
Gira por nossos passos, por sopapos
Mundo sacana, sempre com seus hiatos


Mundo que gira na bola quente
E como nunca quis
Carrega gente infeliz que joga para o alto o seu nariz


Gira mundo, gira gente
Gira gente inteligente
Gira mundo, gira pra mostrar pra gente
Quem quer continuar a seguir 
E quem quer ficar trancado aqui


Condiz com seu girar o nosso modo de pensar
Roda, roda, roda e demora a sair do lugar


Esse é meu mundo, meu por enquanto lar

sábado, 19 de maio de 2012

Elis Maria & Rita Regina


Se passou um tempo desde a última publicação... Desculpe, meu escape, por tê-lo abandonado. Fingirei que nada aconteceu!


Esse mês aconteceu algo que chamou bastante minha atenção: Maria Rita pela primeira e última vez (segundo ela) revisitou o repertório de Elis Regina em uma série de apresentações para marcar os trinta anos da morte da Pimentinha. 



Desde que surgiu para o grande público ela me surpreendeu com sua feminilidade, totalmente diferente das cantoras de sua época. Feminilidade sem querer se mostrar um mulherão em nenhum momento, pelo contrário, tendo até sido em alguns momentos apagada pela sua timidez ao dar entrevistas. Nas entrevistas sim, mas não no palco. No palco essa timidez se transformava em charme.




Ouviu muitas críticas em se parecer com a mãe enquanto cantava. Oras... Quantas mães e filhas por aí se parecem em tudo? Por que diabos ela não poderia? Apesar de realmente alguns movimentos lembrarem a mãe, Maria afirma que desde que Elis faleceu ela nunca viu vídeos de apresentações justamente para não se influenciar caso decidisse ser cantora também, afinal sendo filha de Elis Regina e César Camargo Mariano, fatalmente isso poderia acabar acontecendo. O fato é que Elis e Maria são pessoas diferentes, apesar de algumas semelhanças. Maria Rita é doce e sedutora. Elis é furacão e potência.







O fato de Maria Rita ter mudado seu direcionamento musical para o samba, ter alongado os cabelos, ter mostrado que também é um mulherão e ter sua vida amorosa constantemente sendo noticiada em revistas de fofoca deu a ela personalidade. Maria distanciou-se do estilo de repertório e figurino da mãe e assim distanciou-se também de comparações.  


Para os saudosos de Elis, ver Maria Rita cantar o repertório da mãe é quase como ver a própria no palco. E ver Elis no palco com certeza foi e é uma experiência que se conta para os netos.