sábado, 19 de março de 2011

Família... Nunca perde essa mania

Este é um texto oriundo da mente de Bruno Simas e não é inspirado em nenhuma família específica, apesar de ter um pouco de todas. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.


Filho (Fo) - AHHHHHHHHHHHHHHHH QUAL FOI?


Mãe - Qual foi o quê menino? Tá maluco?


Fo - Olha pro meu prato... só olha...


M - Que "qui" tem, criatura?


Fo - Tá tudo errado! Já falei mil vezes que o feijão tem que estar cercado pelo arroz!
Como vou comer meu bife sujo de feijão?


M - Me poupe garoto! Cala tua boca e come essa comida!


Filha (Fa) - Deixa de ser fresco moleque, quero ver no dia que tiver que comer marmita.


Fo - Ah... Vai cuidar da tua vida e dessa espinha enorme na testa!


Fa - Não deram um jeito em você quando você insistia em pedir hambúrguer no Mcdonalds sem picles, aí cresceu assim, mimado. Você sabia que na verdade minha mãe falava para colocar uma etiqueta "Feito para você" na caixa do hambúrguer? Ela falava pra você que não era picles e sim pepino! huahauhau


Fo - Ô mãe, fala pra essa garota parar de implicância... já vou ter que comer bife sujo de feijão...


M - Olha só, vocês estão abusando da minha beleza! Me deixa pelo menos almoçar
com sossego.


Fo - Com essa garota na mesa o mínimo de sossego que vai ter é no vaso quando vier
a indigestão.


Fa - Vou acabar com tua raça moleque nojento...


Fo - Vem então, tá esperando o quê?


M - PAROU A PALHAÇADA! Escuta aqui, mais um pio e ai de vocês! Não tô bem
hoje, o pai de vocês já acabou com meu dia de manhã.


Fo - (resmungando) E ainda tenho que comer esse bife sujo de feijão...


Fa - (resmungando) Fresco...


M - Affff... Menino, já recebeu alguma nota na escola?


Fo - Já sim mãe. Tirei seis em educação física e nove em artes plásticas e física.


Fa - Reclama do bife sujo de feijão, tira seis em educação física e nove em artes
plásticas e física. Mãe, esse moleque ou é nerd ou é viado.


M - Cala a boca garota! Você também hein... não é mole não...


Fa - Quantas meninas você já beijou?


Fo - Não te interessa!


Fa - E meninos?


Fo - Mãe dá uma surra nessa menina ou eu não sei o que eu faço!


Fa - (cantarolando) Ui ui ui... não sei o que faço... Garoto mimado!


M - Vai pro seu quarto menina.


Fa - Ah mãe, não tô fazendo nada demais...


M - VAI AGORA! QUE INFERNO! (Fa sai em disparada) NÃO TENHO UM PINGO
DE SOSSEGO DENTRO DESSA CASA! ÀS VEZES TENHO VONTADE DE SUMIR E DEIXAR
VOCÊS SE MATANDO!


Fo - (choroso) Mãe, não fala assim que eu fico com vontade de chorar...


M - Desculpa meu filho, mamãe ficou muito nervosa. Só foi da boca pra fora.


Fa - (gritando da janela do quarto) Mas se mudar de ideia e quiser que eu mate é só
falar huahuhaua

E o dia da mãe continuou sem sossego nenhum. Seriam poucos os dias que ela saberia o que é isso.
 

Depois de dez anos, a família reunida na sala relembrava esses momentos com um sorriso no rosto e brilho nos olhos.


Família ê, família, a família! (não esqueça a Sandra com as suas anteninhas)


segunda-feira, 14 de março de 2011

Entrevista - Cátia e Davi

A segunda entrevista da Coluna do Simas é com a dupla Cátia e Davi. Eles descobriram um ao outro como amigos para a vida e também para a vontade de fazer música. Nem Cátia nem Davi sabem tocar algum instrumento, e para fazer suas músicas acharam um jeito diferente.

Coluna do Simas: Como surgiu a relação de vocês com a música e depois a relação da música com vocês como uma dupla?

Davi: Nossa relação com a música existe desde sempre! Na infância e adolescência a Cátia teve influências de Elis, Gal, Bethânia, Fátima Guedes, Barbra Streisand, Dionne Warwick, entre outras, mas nunca tinha pensado em cantar profissionalmente e nem feito música. Quanto a mim, a música esteve presente na minha vida desde que me entendo por gente! Lembro-me de quando criança, já adorava meus discos de vinil, desenhava capas em folhas de cartolina, escrevia versos. Aos 17 fiz minha primeira composição, um louvor, enquanto fazia parte de uma igreja evangélica e lá cheguei a participar de festivais de música, corais, etc. Algum tempo depois me afastei da religião e não fiz mais nada relacionado à música até cruzar com a Cátia.
 Quando nos conhecemos, ela estava passando por uma fase emocionalmente difícil e decidiu fazer um registro pessoal em estúdio de algumas músicas de sua predileção. Como já havia percebido que tínhamos em comum o amor pela música, me convidou para gravarmos um dueto e dei algumas sugestões de repertório. Foi aí que me passou pela cabeça que esse registro deveria ter algo inédito e fiz Constelação, baseado numa história de amor de conhecidos. Antes de gravar Constelação, Cátia conheceu a sensação de estar em estúdio, fazendo uma participação na gravação de minha segunda música, que fiz para dar de presente de aniversário de namoro. A partir daí, nos empolgamos e não paramos mais!
 

CS: Como é o processo de criação das letras? Os dois compõem? Existe algum processo a ser seguido?

Cátia: Davi e eu compomos e não há um processo a seguir. Tudo simplesmente flui. Ele consegue ouvir um desabafo, uma conversa sobre vida, valores, medos, amores e transformar isso em versos, melodias. Elas também podem simplesmente surgir e no caso dele, geralmente as melodias vêm com as letras.
Costumo dizer que foi o Davi quem trouxe a tona minha capacidade de criar, pois só comecei após nossos caminhos se cruzarem. Já compus a partir de uma frase de um livro que me agradou, já sonhei com melodia, na qual o Davi colocou a letra e dei uns toques, já “recebi” músicas prontas em minha cabeça. Em alguns casos isolados, escolhemos seqüências aleatórias de acordes no PC e daí surgiram algumas de nossas “filhas”. Ao final de cada uma delas, damos uma revisada nas letras, para verificar se algo pode ser melhorado em termos de português e sonoridade. Acho importante frisar que foi ele quem fez a maior parte de nossas músicas, mas mesmo quando criamos algo separadamente, estamos sempre pensando no que o outro vai achar ou no que pode acrescentar. Como temos plena consciência de que tudo começou a partir de nosso encontro, todas as filhas têm pai e mãe, são registradas no nome dos dois.


CS: Vocês não são instrumentistas e mesmo assim os créditos para as melodias são de vocês. Como foi a descoberta do programa “Jam Studio”?

Davi: Quando compus a minha primeira música desse período de parceria com a Cátia, pedi a um amigo que pusesse os acordes nos devidos lugares. À medida que outras foram surgindo, percebi que não podia depender o tempo todo de terceiros. Pensei em algum software que pudesse me ajudar, começando uma verdadeira peregrinação na internet atrás de algo que desse forma ao que eu tinha em mente. Cheguei ao Jam Studio, que caiu como uma luva. Nele tenho sons de diferentes instrumentos em vários acordes pré- gravados. O Jam nos possibilitou muitas coisas, já que não sabíamos tocar nenhum instrumento musical. Os arranjos de todas as nossas músicas foram feitos nele.
Nosso encontro originou coisas que adoramos e às vezes me pergunto como consegui fazer todos os arranjos, já que só agora, dois anos depois de tudo iniciado, aprendi a “arranhar” algo no violão, antes não tinha noção nenhuma de qualquer instrumento musical.


Cátia e Davi


CS: Nas duas músicas que estão no Youtube, a já citada “Constelação” e também “No Escuro”, o andamento é bem lento e o clima delas bem parecido. O “Jam Studio” dá a sonoridade que vocês buscam?

Cátia: Não. O Jam é limitado, em termos de tipos de instrumentos, não permite improvisos, solos... Temos muitas coisas em mente, como por exemplo, a utilização da gaita, de uma percussão mais marcada, mas ele não nos dá a possibilidade. Como no momento não temos condições de contratar músicos que façam exatamente o que queremos, ele nos atende, pois conseguimos ver a viabilidade musical de nossas idéias, mas o nosso desejo é vê-las tocado por músicos reais e da forma que imaginamos.


CS: “Constelação” teve a voz gravada em estúdio, porém “No Escuro” não se vê a qualidade da gravação vocal vista em “constelação”. Por que colocá-la no Youtube assim mesmo?

Davi: A gravação de No Escuro não foi feita com o objetivo de divulgação. Mostramos nossas músicas para um cantor em fase de captação de repertório e ele se interessou por três, dentre elas, uma em espanhol chamada “La Oscuridad”, mas perguntou se tínhamos uma versão em português. Gravamos “No Escuro” no PC de casa, apenas para mostrar a ele. Como eu estava em uma fase de desestímulo e o momento foi muito prazeroso, senti vontade de colocar no Youtube e fiz uma surpresa para a Cátia. Temos consciência de que a qualidade está inferior, se comparada a Constelação, mas o valor emocional fez valer a postagem e o feedback tem sido bom.


CS: Existe algum objetivo além do prazer de estar fazendo música?

Cátia: Quando começamos a compor, tudo era feito apenas pelas horas agradáveis que passávamos juntos, mas mostramos para alguns conhecidos e parentes e eles gostaram. Uma colega do nosso trabalho mostrou Constelação para o tio, que conhecendo apenas essa, se prontificou a nos ajudar, pagando nosso primeiro lote de registros! Nunca vamos esquecer e somos muito agradecidos a ele por acreditar em nós. Nosso objetivo é proporcionar prazer e emoção com nossas músicas e isso tem acontecido, pois muitos são os que ouvem, gostam e dão força para continuarmos. Se as pessoas estão sendo tocadas de alguma forma, o objetivo está sendo atingido.

Constelação




No Escuro






terça-feira, 8 de março de 2011

Anedotas ultrapassadas

Ela já foi alvo de estudos por gente do calibre de Freud. Para Marvin Minsky, é com ela que o cérebro aprende o nonsense.Acreditam também que ela é super saudável, pois libera endorfina para o corpo, além de diminuir a tensão. Ela é filha da ironia. Ela é a Piada.

Existem piadas de todos os tipos, de todos os tamanhos e temas. O diferencial é quem está contando-a. Quem nunca passou por um momento constrangedor de contar uma piada e todos continuarem olhando para você, como se perguntassem qual o sentido delas no universo? “Acabou, era só isso?” O não esboçar de um sorriso é um ato cruel para quem está se esforçando para contar a piada, mas na maioria dos casos o contador faz por merecer. Sabe aquele seu primo ou cunhado que tira onda de piadista? Você sabe do que estou falando né...

Eu mesmo tornei-me uma pessoa com outro senso de humor depois que passei pela EFOMM. Lá encontrei pessoas que cultuavam a piada ruim, faziam dela uma maravilha tornando-a muito engraçada entre elas. O estilo preferido era o trocadilho, com o meu nome virando Simasturba, por exemplo. Entrei um péssimo contador de piadas e saí um péssimo contador de piadas horríveis. E me orgulho disso.

 O bom contador de piadas tem o dom do ritmo, pois uma pausa muito grande ou muito pequena pode tirar toda a graça de sua anedota. O bom contador de piadas consegue fazer você achar graça até de piada que você já tenha ouvido. E todo ano tem um bocado delas.
Vendo o desfile da Mangueira, vi um comentário do Hélio de La Peña em que ele perguntava ao Nelson Mota se ele sabia quando tinha nascido a piada de ver a Mangueira entrar. Não adianta, todo carnaval você vai ouvir essa piada! Você pode viajar para um lugar calmo, isolado do universo carnavalesco, mas quando você for à padaria comprar seu pão de todo dia você vai ouvir alguém fazendo a bendita piada.


pavê ou pacumê?


Assim como todo ano você vai ouvir as piadas sobre o pau de sebo na época de São João, do Niemeyer e Highlander, o Corinthians na Libertadores e lógico, a célebre “é pá vê ou pá cumê?”. Assim como toda a piada elas também tem a hora certa para sair das bocas rumo aos ouvidos alheios. O difícil mesmo é convencer algumas pessoas que o dom delas de contar piadas é nulo! Mas pelo menos ela se diverte, nem que seja sozinha.


 

quarta-feira, 2 de março de 2011

Fenômenos musicais passageiros

No dia dois de março completou-se quinze anos de uma tragédia que mexeu com o país inteiro, os Mamonas Assassinas morreram. Foram sete meses de uma carreira de um sucesso estrondoso, tendo vendido mais de três milhões de cópias do seu disco de estúdio, conquistando um disco de diamante. Quem teve a oportunidade de ir ao show deles realmente foi um sortudo (inveja boa do meu primo Leonardo). O dia da morte deles foi triste, muito triste... Lembro de ter visto o Gugu fazer sensacionalismo a tarde inteira. Mas não vou falar novamente das minhas lembranças.


Mamonas Assassinas

Os Mamonas não foram o único fenômeno musical com pouco tempo de duração no Brasil. Em 1973 surgia um grupo de três homens com vestimentas estranhíssimas e cheios de maquiagem, com um apelo homossexual forte e dançando o vira. Eram os Secos & Molhados, que arrebataram o mercado fonográfico na época, vendendo setecentas mil cópias. O Secos foi uma ponte do que se fazia no Brasil para o que viria a ser o rock brasileiro nos anos 80, misturando poetas como Fernando Pessoa a baladas psicodélicas e a bons rocks. Secos & Molhados teve seu fim no ano seguinte, 1974, quando estavam lançando seu segundo disco. A banda se desfez por problemas financeiros.


Secos & Molhados

Saindo do Brasil, temos um exemplo que durou um pouco mais, três anos. O Nirvana alcançou o sucesso com o hit "Smell Like Teen Spirit", em 1991, encerrando uma era em que as bandas usavam roupas extravagantes, cabelos armados e poses típicas de rock star. Kurt Cobain, vocalista da banda, foi alçado pela imprensa como líder do movimento grunge, que já era muito forte em Seatlle e ficou forte no mundo inteiro. Ainda lançariam mais um álbum de estúdio antes do suicídio de Kurt. O movimento grunge continuou forte tendo na banda Pearl Jam seu principal alicerce. Dave Grohl, baterista do Nirvana, fundou a banda Foo Fighters, obtendo bastante sucesso.


Nirvana
Para encerrar, um caso que durou seis anos, Wilson Simonal. O caso de Simonal é diferente porque o motivo do fim do sucesso não foi morte e nem dissolução da banda, mesmo porque ele era um artista solo. Wilson Simonal era considerado um cantor de primeira linha e comparado tecnicamente aos melhores cantores americanos da época, metade da década de sessenta. Foi o primeiro negro a fazer um sucesso estrondoso no Brasil, inclusive excursionando fora do país, e também a ter um programa de televisão só seu, o "Show em Si...Monal". Simonal era capaz de reger ginásios inteiros, separando o público em vozes com tonalidades diferentes. Porém em uma época em que a ditadura era pesada, Simonal era criticado por suas músicas não conterem nenhum conteúdo político, ele era criticado por querer simplesmente divertir. Em 1970, Simonal foi acusado de ter mandado dois homens ligados ao Dops sequestrar e torturar seu contador, que teria desfalcado suas finanças. O contador prestou queixa contra Simonal e nos autos do processo ele foi citado como colaborador das Forças Armadas e informante do Dops. Depois desse episódio Wilson Simonal foi simplesmente deixado de lado por seu público e sua classe. Foi sua primeira morte, a segunda foi no ano de 2000.

Wilson Simonal

Quatro exemplos de artistas que fazem a minha cabeça e que estão vivos até hoje nas minhas listas de músicas. Poderia falar também de Janis Joplin, Jimi Hendrix , Planet Hemp e Chico Science, mas isso são assuntos para um próximo post.