quarta-feira, 22 de junho de 2011

Só nos resta imaginar

Estou a exatas duas semanas para ter meu filho em meus braços e a ansiedade é cada vez maior. A barriga chegou em um ponto que parece que não cresce mais, porém os movimentos do moleque não param de crescer. É cada chute e cada calombo que ele cria na barriga que só sentindo para se ter a sensação. Sem sentir só se pode imaginar.


E ele será como, branquinho ou moreninho? Meu pai é moreno, minha mãe é branca e o resultado foram meninos morenos e meninas brancas. As apostas são em sua maioria em um menino pequeno, gordinho e moreninho. Minha esposa aposta que ele será exatamente o que eu era quando era apenas um bebê. Hipóteses não faltam, só nos cabe imaginar.


Vai ser inteligente como os primos? Será uma criança metida a intelectual como o pai foi? Será malcriado igual ao primo mais novo? Fará escândalos para tomar vacina como o pai fazia? Será simpático igual a mãe ou meio ranzinza como o pai? Só nos resta imaginar.




Eu acredito que todo ser humano já nasce com um traço de personalidade própria e inigualável, que será moldada de acordo com orientações e as experiências que ele terá em sua vida, e quando eu falo em sua vida eu falo em toda ela, inclusive quando ele tem um filho.


Já tive quatro sobrinhos, sendo que em três dos nascimentos tive a felicidade de estar presente e sentir a emoção que é ver aquele ser que você já ama tanto desde que ele era apenas uma grande barriga. Está chegando a hora de eu conhecer qual a sensação de apresentar minha cria as pessoas que amo. Por enquanto só imagino!


Enquanto espero por esse momento um artista que admiro muito e é uma das minhas referências como vocalista sofre. Bruno Gouveia, vocalista do Biquini Cavadão, perdeu o filho Gabriel, de dois anos, em um acidente de helicóptero. Bruno foi pai já com quase quarenta e quem vai a muitos shows do Biquini como eu vou sabe do orgulho e do amor que ele dava um jeito de falar no filho em muitos shows. O quanto está sofrendo não precisamos nem imaginar.

sábado, 4 de junho de 2011

O terçol

E mais um terçol! O quarto em três meses! Na primeira vez veio um bem fraco no olho esquerdo e logo depois passou para um forte no olho direito. Fui ao médico, ele passou um tratamento e disse que se depois de uma semana já estivesse visualmente normal eu não precisaria mais me preocupar. Dito e feito, estava curado. No mês seguinte mais um mega terçol no mesmo olho direito. Estava embarcado e fiz o tratamento com o colírio que tinha a bordo, devidamente autorizado pelo meu médico.

Pois bem, na quarta feira meu olho começou a incomodar quando eu piscava e lá vai mais um terçol. Procurei o médico com quem vinha tratando e descobri que ele estava em viagem e só voltaria na semana que vem. Fui a outro médico, contei minha história e ouvi que ele teria me mandado voltar ao consultório depois de uma semana para analisar o olho, pois provavelmente algo não cicatrizou como deveria e eu nas minhas crises de rinite alérgica cocei o olho e permiti que alguma bactéria ali se alojasse. Estou novamente com um dos olhos de forma que me lembra o Quasimodo.

Quasimodo


Este é o terçol que mais incômodo está dando, pois além da dor quando pisco, o colírio receitado arde e muito quando eu pingo. Contudo, percebo uma coisa que já tinha percebido nos outros terçóis. É só andar na rua sem óculos escuros para ter vários olhares curiosos para o seu rosto. E eu só tenho um terçol! Existe um senhor na vizinhança que tem um caroço enorme embaixo da nuca, o que o faz também parecido com o Quasimodo. Se combinássemos nossas deficiências teríamos o Quasimodo perfeito. Porém minha deficiência estará extinta semana que vem enquanto a dele provavelmente só estará extinta quando os vermes comerem seu corpo.


Imagino o quanto este senhor já deve ter passado por conta de sua deficiência, até mesmo por não ser uma tão comum de se ver. É realmente chocante quando se vê pela primeira vez, mas sempre que o vejo ele está conversando normalmente com alguém ou lendo as manchetes dos jornais como todos nós. Ele teoricamente teria os motivos para não querer ser visto por ninguém por se achar uma aberração e está lutando contra tudo isso para levar uma vida normal. Quantas vezes fizemos birra, ficamos tristes e tivemos vontade de não fazer mais nada por coisas tão menores?