domingo, 30 de outubro de 2011

Construção abandonada

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Desde pequeno, criança, ainda cheio de medos da vida,
identifiquei condutas diferentes daquelas a mim ensinadas,
Algumas delas, usei, e para mim não geraram uma única
ferida,
outras, porém, doeram de imediato assim que foram usadas.
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Condutas novas por mim criadas ultrapassaram as aprendidas,
pois desenvolvi observações que aqueles que me ensinaram,
nem sequer perceberam ou na alegria do outro identificaram.
Essas novas condutas, em toda parte foram sempre aplaudidas.
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Condutas outras, que pareciam terem sido por mim assimiladas
passaram ao longe de minhas corriqueiras preocupações e
percepções.
Taí, parecia até que o vento a ventar levou para longe as
observações,
os olhares de reprovações e até lágrimas que por mim, foram
roladas.
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Durante a infância e adolescência, não chegamos a viver na
penúria,
condutas de poucos gastos, divisão de tudo entre todos, uma
maravilha!
Todos cresceram, todos, com essa conduta dividiram até grãos
de ervilha.
O medo é que eu tenha dessa conduta esquecido e haja agora
com luxúria.
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E agora que as minhas condutas são observadas pelos mais
próximos  de meu
coração,

Como fazer para que apenas , as condutas mais puras possam
ser por elas copiadas?
Deverei em minha vida ter cada uma dessas condutas em
constante reconstrução?
Estou perdido, olho o futuro dos meus amados,vejo-os com
condutas  despreparadas!

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Paulo Chagas
13/10/2011
29/10/2011

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Atitude Rock and Roll

Atitude é algo obrigatório para alguém que queira produzir algo. Em qualquer lugar, área ou cena, atitude é fundamental.

 
Esse assunto saiu após ver mais uma manchete do cansativo assunto "Claudia Leitte toma vaia no Rock In Rio". Claudia botou a cara para bater em um evento onde sua maior concorrente também estaria. Ninguém estaria livre da comparação. Claudia fez um show certinho, afinado, coreografado, mas tomou vaia. Certinho demais... Faltou atitude. A mesma coisa aconteceu com outros artistas. Na minha opinião a Pitty poderia ter feito um show muito melhor se mostrasse a costumeira atitude. Mas não estou aqui pra falar de Rock In Rio.


Fui apresentado ao rock através de um CD do Acústico MTV dos Titãs, que minha irmã mais velha tinha ganhado de presente do então namorado. Aquilo foi paixão a primeira ouvida. Mesmo sem ter guitarra distorcida e pouca música de essência rock, ninguém pode dizer que aquele CD não foi feito com atitude, com garra. Quando isso acontece transparece na música da mesma forma que quando não acontece não transparece. Algumas músicas tiveram versões que a empobreceram de uma forma praticamente assassina.


Dois exemplos de rock. Que tal abranger um pouco? Não existe um movimento artístico sem subversão. Todo novo movimento vem para sacudir o que está ali, criar novos parâmetros de som, estética e comportamento. O Brasil viveu dois movimentos ao mesmo tempo e ambos importantíssimos que foram a Bossa Nova e a Jovem Guarda. Quando a poeira dos dois começou a baixar surgiu a Tropicália. E tudo ficou maluco de vez! O pessoal da Bossa Nova cantando com guitarra elétrica, Jovem Guarda tocando samba e o Caetano Veloso como uma lombriga se contorcendo no palco. E a ditadura comendo solta.


Irei direto ao que quero dizer.


Resumindo: Atitude não é coisa só de rock! Atitude é fazer-se presente na sua história, acima de qualquer outra. Tem gente que integra a história da sociedade na história dele. São chamados artistas.


Quem não achar nenhuma atitude rock and roll nos próximos vídeos, considerando costumes e situações de suas épocas, é ruim da cabeça ou doente do pé!





                                     


Como diz Keith Richards, o importante não é o "Rock", mas sim a ondulação... O importante é o "Roll"


obs: recomendo ler a legenda do último vídeo no youtube para melhor entendimento

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Aquela coisa de emoção...

Sorrimos, choramos, preocupamos, amamos, odiamos, invejamos, gostamos, admiramos... Tudo o que sentimos contribui para o nosso estado de espírito do momento. Uma noite mal dormida pode determinar um dia inteiro de mau humor, mesmo acontecendo coisas boas que teoricamente poderiam mudar isso. E quando não tem motivo? Por que de um segundo para o outro podemos simplesmente sorrir quando estamos tristes?

Sou portador de uma pequena peculiaridade na minha personalidade que é uma pequena bipolaridade. Eu na maior parte do tempo tenho o controle das minhas emoções, porém fique atento se um dia perceber que estou com uma cara de quem perdeu uma nota de um milhão de reais na rua ou que estou em uma euforia de quem achou a nota.

Para me deixar eufórico não precisa de motivo. Basta estar. Começo a mexer com todo mundo, fazer idiotices, palhaçadas, brincar com as crianças. Sou o homem mais feliz do mundo sem ter razão e isso é muito perigoso. Quando em uma situação como essa sou como um equilibrista que não tem uma rede de segurança. Qualquer passo em falso ou vento mais forte eu caio. E dói!

Quando eu percebo algo para estragar minha euforia fico muito triste, com cara de nervoso e não consigo pensar direito. Quanto mais pessoas me perguntam o que aconteceu menos eu consigo pensar no que realmente aconteceu. Sempre tem um motivo, mas como a euforia é tanta eu demoro a perceber o motivo que me deixou cabisbaixo daquele jeito. Parece paradoxo não? Pois não é! Nossa percepção está sempre trabalhando mesmo quando não estamos a ordenando para o trabalho. Quando eu desequilibro é difícil, muito difícil. Preciso me isolar de tudo e de todos, de preferência no escuro, me acalmar, rezar e pensar! O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar? Eu penso, chego à causa da tristeza e rio. Sim! Começo a rir sozinho dessa minha condição. A total falta de entendimento do motivo pelo qual essa mudança tão brusca acontece me faz achar graça de como posso ser tão vulnerável! Logo depois de rir ou volto a estar eufórico ou simplesmente volto a ser eu mesmo. Acontecem na base do meio a meio.

Também acontece de já acordar totalmente contra o sistema e não ter vontade de fazer absolutamente nada. Bem, não é bem vontade... No fundo eu tenho vontade de fazer as coisas, principalmente as que eu sei que me farão bem de alguma forma, mas fica aquela força dentro de mim me fazendo ficar parado. Como se fosse um peso em cima do papel. O vento está soprando e o papel quer voar, mas o peso não deixa. Nesses dias é como se estivesse um vulcão para estourar dentro de mim. Lidar com essa emoção é muito complicado, até porque eu não faço ideia do motivo pelo qual acordei assim. Foco em Deus! Tento achar motivação na minha mente confusa para fazer uma prece, me acalmar e pedir ajuda, mas nem sempre eu consigo. Nessas horas corro para dois colos essenciais para mim. Minha mãe e minha esposa. Com elas me fazendo um carinho tudo fica mais fácil.



Essa postagem foi meio diferente de tudo que já fiz aqui. Não sei explicar o motivo. Essas coisas de emoção sabe?