domingo, 30 de outubro de 2011

Construção abandonada

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Desde pequeno, criança, ainda cheio de medos da vida,
identifiquei condutas diferentes daquelas a mim ensinadas,
Algumas delas, usei, e para mim não geraram uma única
ferida,
outras, porém, doeram de imediato assim que foram usadas.
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Condutas novas por mim criadas ultrapassaram as aprendidas,
pois desenvolvi observações que aqueles que me ensinaram,
nem sequer perceberam ou na alegria do outro identificaram.
Essas novas condutas, em toda parte foram sempre aplaudidas.
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Condutas outras, que pareciam terem sido por mim assimiladas
passaram ao longe de minhas corriqueiras preocupações e
percepções.
Taí, parecia até que o vento a ventar levou para longe as
observações,
os olhares de reprovações e até lágrimas que por mim, foram
roladas.
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Durante a infância e adolescência, não chegamos a viver na
penúria,
condutas de poucos gastos, divisão de tudo entre todos, uma
maravilha!
Todos cresceram, todos, com essa conduta dividiram até grãos
de ervilha.
O medo é que eu tenha dessa conduta esquecido e haja agora
com luxúria.
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E agora que as minhas condutas são observadas pelos mais
próximos  de meu
coração,

Como fazer para que apenas , as condutas mais puras possam
ser por elas copiadas?
Deverei em minha vida ter cada uma dessas condutas em
constante reconstrução?
Estou perdido, olho o futuro dos meus amados,vejo-os com
condutas  despreparadas!

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Paulo Chagas
13/10/2011
29/10/2011

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Atitude Rock and Roll

Atitude é algo obrigatório para alguém que queira produzir algo. Em qualquer lugar, área ou cena, atitude é fundamental.

 
Esse assunto saiu após ver mais uma manchete do cansativo assunto "Claudia Leitte toma vaia no Rock In Rio". Claudia botou a cara para bater em um evento onde sua maior concorrente também estaria. Ninguém estaria livre da comparação. Claudia fez um show certinho, afinado, coreografado, mas tomou vaia. Certinho demais... Faltou atitude. A mesma coisa aconteceu com outros artistas. Na minha opinião a Pitty poderia ter feito um show muito melhor se mostrasse a costumeira atitude. Mas não estou aqui pra falar de Rock In Rio.


Fui apresentado ao rock através de um CD do Acústico MTV dos Titãs, que minha irmã mais velha tinha ganhado de presente do então namorado. Aquilo foi paixão a primeira ouvida. Mesmo sem ter guitarra distorcida e pouca música de essência rock, ninguém pode dizer que aquele CD não foi feito com atitude, com garra. Quando isso acontece transparece na música da mesma forma que quando não acontece não transparece. Algumas músicas tiveram versões que a empobreceram de uma forma praticamente assassina.


Dois exemplos de rock. Que tal abranger um pouco? Não existe um movimento artístico sem subversão. Todo novo movimento vem para sacudir o que está ali, criar novos parâmetros de som, estética e comportamento. O Brasil viveu dois movimentos ao mesmo tempo e ambos importantíssimos que foram a Bossa Nova e a Jovem Guarda. Quando a poeira dos dois começou a baixar surgiu a Tropicália. E tudo ficou maluco de vez! O pessoal da Bossa Nova cantando com guitarra elétrica, Jovem Guarda tocando samba e o Caetano Veloso como uma lombriga se contorcendo no palco. E a ditadura comendo solta.


Irei direto ao que quero dizer.


Resumindo: Atitude não é coisa só de rock! Atitude é fazer-se presente na sua história, acima de qualquer outra. Tem gente que integra a história da sociedade na história dele. São chamados artistas.


Quem não achar nenhuma atitude rock and roll nos próximos vídeos, considerando costumes e situações de suas épocas, é ruim da cabeça ou doente do pé!





                                     


Como diz Keith Richards, o importante não é o "Rock", mas sim a ondulação... O importante é o "Roll"


obs: recomendo ler a legenda do último vídeo no youtube para melhor entendimento

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Aquela coisa de emoção...

Sorrimos, choramos, preocupamos, amamos, odiamos, invejamos, gostamos, admiramos... Tudo o que sentimos contribui para o nosso estado de espírito do momento. Uma noite mal dormida pode determinar um dia inteiro de mau humor, mesmo acontecendo coisas boas que teoricamente poderiam mudar isso. E quando não tem motivo? Por que de um segundo para o outro podemos simplesmente sorrir quando estamos tristes?

Sou portador de uma pequena peculiaridade na minha personalidade que é uma pequena bipolaridade. Eu na maior parte do tempo tenho o controle das minhas emoções, porém fique atento se um dia perceber que estou com uma cara de quem perdeu uma nota de um milhão de reais na rua ou que estou em uma euforia de quem achou a nota.

Para me deixar eufórico não precisa de motivo. Basta estar. Começo a mexer com todo mundo, fazer idiotices, palhaçadas, brincar com as crianças. Sou o homem mais feliz do mundo sem ter razão e isso é muito perigoso. Quando em uma situação como essa sou como um equilibrista que não tem uma rede de segurança. Qualquer passo em falso ou vento mais forte eu caio. E dói!

Quando eu percebo algo para estragar minha euforia fico muito triste, com cara de nervoso e não consigo pensar direito. Quanto mais pessoas me perguntam o que aconteceu menos eu consigo pensar no que realmente aconteceu. Sempre tem um motivo, mas como a euforia é tanta eu demoro a perceber o motivo que me deixou cabisbaixo daquele jeito. Parece paradoxo não? Pois não é! Nossa percepção está sempre trabalhando mesmo quando não estamos a ordenando para o trabalho. Quando eu desequilibro é difícil, muito difícil. Preciso me isolar de tudo e de todos, de preferência no escuro, me acalmar, rezar e pensar! O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar? Eu penso, chego à causa da tristeza e rio. Sim! Começo a rir sozinho dessa minha condição. A total falta de entendimento do motivo pelo qual essa mudança tão brusca acontece me faz achar graça de como posso ser tão vulnerável! Logo depois de rir ou volto a estar eufórico ou simplesmente volto a ser eu mesmo. Acontecem na base do meio a meio.

Também acontece de já acordar totalmente contra o sistema e não ter vontade de fazer absolutamente nada. Bem, não é bem vontade... No fundo eu tenho vontade de fazer as coisas, principalmente as que eu sei que me farão bem de alguma forma, mas fica aquela força dentro de mim me fazendo ficar parado. Como se fosse um peso em cima do papel. O vento está soprando e o papel quer voar, mas o peso não deixa. Nesses dias é como se estivesse um vulcão para estourar dentro de mim. Lidar com essa emoção é muito complicado, até porque eu não faço ideia do motivo pelo qual acordei assim. Foco em Deus! Tento achar motivação na minha mente confusa para fazer uma prece, me acalmar e pedir ajuda, mas nem sempre eu consigo. Nessas horas corro para dois colos essenciais para mim. Minha mãe e minha esposa. Com elas me fazendo um carinho tudo fica mais fácil.



Essa postagem foi meio diferente de tudo que já fiz aqui. Não sei explicar o motivo. Essas coisas de emoção sabe? 

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O menino e as borboletas

disseram pro menino que caçando borboletas ele viveria eternamente

e o menino, com um pulsar, foi a caça acreditando no falado inicialmente

caçou várias borboletas colocando uma a uma em latas com buracos para entrar o ar

e ele distraído foi caçando e nem percebeu estar distante do seu lar

o menino concluiu que a busca ao eterno é penosa demais para si

e decidiu antes de voltar pra casa dessa idéia louca se despir


soltou as borboletas e as suas asas deram ao céu estrelas de várias cores

e o menino nem sabe, mas ele viveu eternamente enquanto pôde


sábado, 13 de agosto de 2011

Protesto contra a falta de protesto

Depois do nascimento do Antônio eu tirei umas férias. A partir de hoje volto com a programação normal! (se é que existiu uma)


Por muitos anos nosso país foi assombrado pela sombra da ditadura, primeiro a de Vargas e depois a militar. Nesse tempo surgiram várias vertentes de oposição forte e atuante, indo a favor dos interesses do povo, que sucumbia com o medo das represálias, torturas e sumiços. Com a abertura desse cenário, o povo foi para as ruas pedir as eleições diretas. Poucos anos mais tarde, o povo estava na rua de novo para pedir a saída de um presidente. Hoje em dia muitas das mentes pensantes desses grupos de oposição estão no poder, mas parece que não deixaram herdeiros.


A tecnologia da informação que temos hoje nos arrebata o tempo todo com denúncias e mais denúncias do sistema que estamos inseridos. Já reparou que parece que é um por dia? Certas denúncias de escândalos são bem mais pesadas que uma feijoada! A digestão é lenta e a apuração dos fatos mais ainda, deixando aquela velha sensação de que estão fazendo a tal CPI com uma má vontaaaade. O nosso sistema de funcionamento cheio de burocracias dificulta muito o trabalho daqueles que querem ter resultados sérios e facilita muito os que querem empurrar com a barriga. Os acontecimentos são tão lentos que acaba vindo outra denúncia bombástica e toma o lugar daquela que estava em foco, acontecendo que a denúncia que já estava em andamento fica esquecida, merecendo talvez uma matéria de meia página meses depois dizendo que a CPI não está sendo levada para frente por falta de presença mínima dos que a constituem.






O que percebo hoje é que as pessoas se mobilizam para questões coletivas pessoais como a legalização da maconha, parada gay, direito das mulheres... Essas mobilizações colocaram centenas de milhares nas ruas, mas se alguém organizar uma passeata contra todos esses casos de corrupção não conseguirá muita coisa. As pessoas esquecem que essa questão coletiva é mais pessoal do que parece! O que aconteceu na Inglaterra é exemplo disso. O que divulgam é que aquela onda de protestos nasceu da morte de um inocente por um grupo policial, mas o povo mais pobre vem sofrendo com austeridades fiscais e desemprego não é de hoje.


Os protestos de Londres fugiram do controle? Sim, com certeza! Mas queria muito que o povo brasileiro tivesse um terço dessa vontade de ir para a rua lutar pelo o que é do direito de todos!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O Nascimento

O último dia seis foi de uma importância surreal em minha vida. Foi o dia em que saiu da embalagem o meu filho Antônio, primeiro herdeiro das dívidas. 


O dia começou as cinco da manhã, quando acordei, fiz café e saí rumo a Realengo para entregar uma pedaleira para meu amigo Luís Felipe e depois buscar minha sogra e meu cunhado na casa deles, em Sulacap. Tudo para que pudéssemos sair com as oito e meia da manhã, com folga suficiente para que chegássemos à clínica Perinatal de Laranjeiras e déssemos entrada na internação as dez e meia da manhã. Tomamos um café reforçado e entre uma olhada e outra no twitter da Lei Seca para saber do trânsito, saímos a tempo, minha mãe, minha sogra, meu cunhado, minha esposa e eu.


Durante o caminho todos estavam meio tensos, afinal estávamos na última viagem do Antônio dentro da embalagem. O único que conseguiu de fato tirar sorrisos de todos as bocas presente foi o grande José Simão, colunista do programa do Ricardo Boechat na boa Band News Fm, com piadas e tiradas diretas. Quer subir na vida? Então fique em cima de um bueiro oras...


Chegamos na clínica e eu estava muito tenso só de esperar na recepção pela liberação de algum quarto. Não queria conversar, não queria sorrir, só conseguia mesmo olhar o facebook no celular para distrair. Cheguei a ir para a rua e dar uma volta no quarteirão para ver se acalmava. A essa altura ainda não tinha decidido se iria entrar na sala de parto ou não, o que me deixava mais tenso ainda. Quando voltei para a recepção da maternidade, entre algumas tentativas em vão de falarem comigo anunciei que iria entrar na sala de parto e queria a melhor câmera, pois iria fotografar tudo.


Subimos para o quarto e eu continuava bem tenso. O anestesista foi ao quarto explicar como seria o processo e perguntou se eu iria assistir ao parto, o que afirmei sem titubear. Ele explicou que eu iria ficar ausente da sala enquanto ocorresse a anestesia, ficando eu no corredor ou na sala dos médicos, com televisão e cafezinho. Ficamos no quarto esperando o horário do parto, marcado para as treze horas, assistindo televisão aparentemente tranquilos, porém bem assustados, principalmente eu. Quando a doutora entrou no quarto para explicar o processo do parto e já nos levar para a sala, minhas pernas começaram a tremer. 


Depois que saímos do elevador de macas fomos separados. Enquanto ela fazia o caminho dela, me levaram a um vestiário para que eu pudesse colocar os trajes apropriados para uma sala de cirurgia. A partir dali só veria minha esposa já na sala do parto. Os momentos de espera foram angustiantes, com toda a certeza os mais da minha vida. Ficava no corredor andando de um lado para o outro a todo momento. Em alguns momentos pensava "vou ficar calmo, entrar na sala dos médicos e ver o Globo Esporte sossegado", porém quando sentava no sofá pensava "e se o anestesista aparecer no corredor me chamando, eu não estiver lá e eles fizerem o parto sem mim?", e voltava para o corredor, novamente andando de um lado para o outro. Um pouco depois chegou outro pai na mesma situação que eu , porém ele já passava por isso pela segunda vez e me confessou estar ainda mais nervoso do que na primeira vez.






O anestesista me chamou e eu estava no corredor esperando por isso. "Bruno, está tudo pronto! Pegue uma máscara nessa entrada a sua esquerda e venha". Nessa hora eu esqueci o que esquerda, esqueci como se andava, esqueci o que era máscara... Estava completamente desesperado. O anestesista repetiu o comando e eu continuei na mesma, até que ele me chamou para a realidade: "Bruno, fica calmo! Respire fundo e olhe para o lado... Não não, para o outro lado! Isso! Agora vá ao balcão e pegue uma máscara." Fui ao balcão, mas tive que pedir ajuda para uma enfermeira para vestir uma simples máscara de enfermagem. 


A partir do momento em que entrei na sala de parto todo o meu nervosismo e ansiedade simplesmente sumiram. Estava com uma tranquilidade ímpar. A única instrução que tive foi não encostar em uma mesa com uma toalha azul. Fora isso eu tinha total liberdade pela sala de cirurgia. Enquanto estavam cortando a barriga de minha esposa, estava junto a cabeça dela fazendo carinho e a tranquilizando. Não tirei nenhuma foto nesse período. A partir do momento que disseram que o neném já ia sair, deixei um impulso tomar conta de mim, coloquei a câmera no modo de filmagem e fui para os pés da minha esposa para filmar meu filho saindo da embalagem. 


A filmagem perfeita comprova que não tremi nenhuma vez! Eu estava em um estado de paz muito grande. Emocionado sim, mas não para derramar os oceanos de lágrimas que imaginei que derramaria. A emoção que eu sentia era como se o mundo fosse um lugar que predominasse amor, muito amor. Naquela sala predominava o nosso sentimento quanto ao nascimento do nosso filho juntamente com o respeito que aquela equipe estava fazendo o parto. 


Assim que Antônio saiu, todo lambuzado, sem chorar, com 3,685Kg e 50cm, passei oficialmente para o clube dos papais. E como é bom estar nesse clube, como é bom ver na sua frente a forma viva de amor incondicional. 


Filmei até certa parte da limpeza do meu filho, quando desliguei a câmera e fui ter com minha esposa, que ainda estava meio tonta com a anestesia. A única coisa que conseguia dizer era "caprichamos meu amor, nosso menino é lindo, muito lindo!". Colocaram meu filho junto da mãe dele e de mim, e foi um momento maravilhoso! Foi a primeira vez que estávamos juntos podendo ver com os olhos do corpo o que já via com os olhos da alma, meu filho veio nos abençoar.




Me chamaram e acompanhei meu filho rumo ao berçário. Assim que saí do elevador do berçário minha irmã Paula me viu e alertou a multidão presente na sala de espera. Peguei meu filho e fui até o vidro, apresentando-o para as pessoas que eu amo. 


Meu filho foi recebido com lágrimas de felicidade e emoção. Agradeço a Deus, aos nossos amigos de luz e à minha família e amigos, pelo apoio dado durante toda a gravidez.


Termino com um recado para uma divindade chamada Barriga. Você trouxe meu menino e foi embora, mas ainda irei te ver de novo! 

sábado, 2 de julho de 2011

RÁ TIM BUM!

"Pronto, chegamos!" Essa é a senha para que as crianças saiam correndo na frente e comecem a explorar o mundo de possibilidades que existem nesses salões de festas especializados em festas infantis. Seu filho de onze anos acha chato ter que ir em uma festinha de um bebê de um ano? Não desanime, lá tem tem Guitar Hero e até jogo que capta o movimento do corpo do guri na tela. Crianças de todas as idades se divertem com as piscinas de bolinhas, máquinas de dança, mini roda gigante, carrossel, até tirolesa infantil! Além, é claro, dos animadores que tentam a todo custo ser engraçados e interessantes, na maioria das vezes não conseguindo nem mesmo atingir as crianças.


Fui numa festinha de um ano hoje e meu sobrinho saiu de lá tendo conhecido apenas um menino, e mesmo assim saiu sem nem saber o nome dele. Elas se divertem na maioria das vezes interagindo com uma máquina, exceto as crianças que ainda preferem ficar na piscina de bolinhas, mas essas geralmente não sabem nem falar ainda. Você, caro leitor, lembra com detalhes como eram as suas festas de aniversário?


As minhas eram festas muito legais. Apesar de não ter tido festa de 1 ano por ser um neném não lá muito simpático, as festas das crianças da minha família tinham como característica a união familiar. Tenho muitos primos e as tias se ajudavam muito nessa hora. Uma fazia o bolo, outra os salgados, outra os doces, outra cuidava da decoração... E assim a festa saía muito bem. Meu aniversário de dois anos foi uma super festa com todos os tipos de bola, tinha até aquelas bolas de gás hélio! Claro que as minhas lembranças se resumem a fotos, mas o mais interessante estava em minha mãe e mãe de muita gente, Marly Chagas.


Festa da minha irmã Paula. Eu ainda na barriga.




Eu cresci morando em uma vila cheio de crianças com personalidades e criações muito diferentes, ou seja, sempre estava saindo briga, além das que eram vítimas do que hoje é chamado de bullying. Minha mãe conseguia juntar todas as crianças no mesmo quintal e fazer as lendárias danças da laranja e da vassoura (que não é a do Molejo). Já imaginou aquela menina que se acha a mais linda do pedaço dançando com uma laranja colada na testa do menino gordão bobão? Nas festas lá de casa isso acontecia. E no mínimo sinal de desavença Tia Marly surgia das sombras e fazia algo antes mesmo da desavença acontecer. Não lembro de uma só briga em festas dos filhos da Tia Marly. Eu costumo dizer que tenho muitos irmãos adotivos, pois são inúmeros os amigos meus e dos meus irmãos que consideram minha mãe como uma mãe também.


Quais eram melhores, as do meu tempo ou as de agora? E como eram os aniversários quando seu avô era menino? Cada um no seu tempo, que sejamos felizes!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Só nos resta imaginar

Estou a exatas duas semanas para ter meu filho em meus braços e a ansiedade é cada vez maior. A barriga chegou em um ponto que parece que não cresce mais, porém os movimentos do moleque não param de crescer. É cada chute e cada calombo que ele cria na barriga que só sentindo para se ter a sensação. Sem sentir só se pode imaginar.


E ele será como, branquinho ou moreninho? Meu pai é moreno, minha mãe é branca e o resultado foram meninos morenos e meninas brancas. As apostas são em sua maioria em um menino pequeno, gordinho e moreninho. Minha esposa aposta que ele será exatamente o que eu era quando era apenas um bebê. Hipóteses não faltam, só nos cabe imaginar.


Vai ser inteligente como os primos? Será uma criança metida a intelectual como o pai foi? Será malcriado igual ao primo mais novo? Fará escândalos para tomar vacina como o pai fazia? Será simpático igual a mãe ou meio ranzinza como o pai? Só nos resta imaginar.




Eu acredito que todo ser humano já nasce com um traço de personalidade própria e inigualável, que será moldada de acordo com orientações e as experiências que ele terá em sua vida, e quando eu falo em sua vida eu falo em toda ela, inclusive quando ele tem um filho.


Já tive quatro sobrinhos, sendo que em três dos nascimentos tive a felicidade de estar presente e sentir a emoção que é ver aquele ser que você já ama tanto desde que ele era apenas uma grande barriga. Está chegando a hora de eu conhecer qual a sensação de apresentar minha cria as pessoas que amo. Por enquanto só imagino!


Enquanto espero por esse momento um artista que admiro muito e é uma das minhas referências como vocalista sofre. Bruno Gouveia, vocalista do Biquini Cavadão, perdeu o filho Gabriel, de dois anos, em um acidente de helicóptero. Bruno foi pai já com quase quarenta e quem vai a muitos shows do Biquini como eu vou sabe do orgulho e do amor que ele dava um jeito de falar no filho em muitos shows. O quanto está sofrendo não precisamos nem imaginar.

sábado, 4 de junho de 2011

O terçol

E mais um terçol! O quarto em três meses! Na primeira vez veio um bem fraco no olho esquerdo e logo depois passou para um forte no olho direito. Fui ao médico, ele passou um tratamento e disse que se depois de uma semana já estivesse visualmente normal eu não precisaria mais me preocupar. Dito e feito, estava curado. No mês seguinte mais um mega terçol no mesmo olho direito. Estava embarcado e fiz o tratamento com o colírio que tinha a bordo, devidamente autorizado pelo meu médico.

Pois bem, na quarta feira meu olho começou a incomodar quando eu piscava e lá vai mais um terçol. Procurei o médico com quem vinha tratando e descobri que ele estava em viagem e só voltaria na semana que vem. Fui a outro médico, contei minha história e ouvi que ele teria me mandado voltar ao consultório depois de uma semana para analisar o olho, pois provavelmente algo não cicatrizou como deveria e eu nas minhas crises de rinite alérgica cocei o olho e permiti que alguma bactéria ali se alojasse. Estou novamente com um dos olhos de forma que me lembra o Quasimodo.

Quasimodo


Este é o terçol que mais incômodo está dando, pois além da dor quando pisco, o colírio receitado arde e muito quando eu pingo. Contudo, percebo uma coisa que já tinha percebido nos outros terçóis. É só andar na rua sem óculos escuros para ter vários olhares curiosos para o seu rosto. E eu só tenho um terçol! Existe um senhor na vizinhança que tem um caroço enorme embaixo da nuca, o que o faz também parecido com o Quasimodo. Se combinássemos nossas deficiências teríamos o Quasimodo perfeito. Porém minha deficiência estará extinta semana que vem enquanto a dele provavelmente só estará extinta quando os vermes comerem seu corpo.


Imagino o quanto este senhor já deve ter passado por conta de sua deficiência, até mesmo por não ser uma tão comum de se ver. É realmente chocante quando se vê pela primeira vez, mas sempre que o vejo ele está conversando normalmente com alguém ou lendo as manchetes dos jornais como todos nós. Ele teoricamente teria os motivos para não querer ser visto por ninguém por se achar uma aberração e está lutando contra tudo isso para levar uma vida normal. Quantas vezes fizemos birra, ficamos tristes e tivemos vontade de não fazer mais nada por coisas tão menores?

terça-feira, 3 de maio de 2011

A tragédia


Dez de Setembro de 2001. Por algum motivo já esquecido não tive aula no Colégio Estadual Professor José Accioli, em Marechal Hermes. Em casa, acompanho um episódio do desenho Dragon Ball Z, em que Goku se esforça para derrotar Majin Buu e assim salvar o planeta Terra mais uma vez. O desenho acaba quando a luta está próxima de um esperado fim, com Goku se preparando para dar o golpe final, o Henki Dama.

Onze de Setembro de 2001. Doido para ver o final do episódio, arranjo alguma desculpa também já esquecida para sair mais cedo do colégio e chegar em casa. Desci do 689 na rua Curitiba e estava indo a passos largos para casa quando percebi uma concentração incomum de pessoas no boteco que fica na metade da rua naquele horário. Fui dar uma espiada na televisão do boteco para ver se o desenho já tinha começado quando vejo um avião batendo em um prédio enorme. Pensei na hora de ser um acidente horrível, mas logo depois o Carlos Nascimento falou de se tratar de um atentado e que aquele já era o segundo avião. Fiquei em estado de choque! Aos meus 14 anos, vendo aquela cena, só conseguia pensar em terceira guerra.

Passei aquele dia vidrado nos acontecimentos. Toda declaração de líderes mundiais após começarem a colocar a culpa no Osama me davam um frio na espinha e um medo de uma guerra estourar, convocando o meu irmão e me convocando também, se durasse tempo suficiente. Fiquei com essa paranóia na cabeça por alguns dias ainda, catando tudo de informação que estivesse ao alcance. Na roda de amigos, no colégio, em qualquer lugar que tivesse um grupo de jovens da minha idade você veria o grupo de meninos que estavam com medo de estourar a guerra e o grupo de meninos que estavam alucinados com a ideia, mas com certeza não tinham parado ainda para pensar que eles poderiam ir guerrear e morrer.

De um dia para o outro, assuntos como extremismo islâmico, Al-Qaeda e alcorão estavam nas conversas como o resultado dos jogos de futebol do fim de semana. Por uma coincidência a Rede Globo começou a exibir no dia primeiro de Outubro a novela O Clone, que obteve grande sucesso perante a atmosfera islâmica que pairava no mundo todo. Roupas, costumes, danças, tudo ligado à cultura islâmica virou moda rapidamente no Brasil. Podia não ser ídolo, mas Osama contava até com a simpatia de muitos, devido a absurda antipatia gerada por Bush. Osama Bin Laden estava no topo do pop.

A chamada "Guerra ao Terror" começou intensa, com flashs ao vivo dos primeiros torpedos e bombas. Acompanhei tudo ainda com um pouco de medo da guerra. O tempo foi passando e Bin Laden não era achado. A imprensa aos poucos perdeu o interesse e pouco falou das tropas americanas que ainda estavam no Afeganistão durante todos esses anos. O noticiário só esquentou mesmo na época que pegaram Saddam Hussein, com o sucesso de ter terminado com uma ditadura sanguinária, mas também com um fracasso grande na premissa da invasão ao Iraque, não achando nenhuma das armas de destruição em massa.

Até que chegamos em 2011 e surge a notícia que Osama morreu. Imediatamente surgiram várias piadas nas redes sociais, como a que ele levou o título mundial de pique-esconde ou que ele era vascaíno e morreu por desgosto do time... Enfim, não estou aqui para celebrar a morte de ninguém, mas posso imaginar o que representa para as famílias e amigos dos mais de três mil mortos naquela manhã e tantos outros em outros atentados.

O problema é que a violência do atentado foi gerada muito antes, e ela gerou a violência da "Guerra ao Terror", que pode gerar outra violência vinda do Oriente. Violência gerando violência durante toda a história. Como dizia o profeta Gentileza, "Com amorrr e paz para um Brasil e um mundo melhor.... Meus filhos, não usem problemas"

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O jantar (Parte 2)

(não leia esta postagem antes de ler a parte 1)

Olhamos o cardápio com curiosidade. As entradas eram meio exóticas para mim que estou acostumado no máximo com um pão do Outback como entrada. E isso por que pensando agora eu acho que o Outback é o único lugar que eu freqüento com algum tipo de entrada. Entre berinjelas e uns pratos italianos bem estranhos, escolhemos um pão italiano em formato de pão de forma com um molho por cima e uns temperos. Acho que escolhi esse por ter me lembrado a pizza de pobre que a Sandra fazia pra mim quando eu era moleque, quando ela colocava molho de tomate e muçarela sobre o pãe de forma e colocava no forno. Era muito bom!

Pois bem, dissemos o que desejávamos para a entrada e começamos a conversar sobre nossas impressões sobre o restaurante quando surge outro garçom e começa a colocar coisas na nossa mesa. Eu realmente não esperava por aquilo e fiquei sem ação, apenas observando as coisas que ele estava colocando e não entendendo o motivo daquilo estar na minha mesa. Estávamos diante de uma vasilha com três pequenas vasilhas dentro contendo patês de frango, azeitona e fígado; outra vasilha com jiló, batata assada e berinjela com queijo em pouca quantidade e ainda uma vasilha maior com alguns tipos de biscoito feito com massa de pão. Como eu vi a berinjela no meio das coisas logo matei a charada: trouxeram a entrada errada para a nossa mesa. Chamei o garçom, lhe comuniquei o fato e ouvi "Está enganado senhor, este é só o couvert! A entrada está sendo preparada." Nos lugares que costumo ir o couvert é o artístico e na maioria das vezes a gente não entende o porquê de pagar.

Na minha observação de quem era Groupon e quem não era cheguei ao fato de que quem não tinha vinho na mesa era Groupon. Dava para notar o deslumbramento no olhar, a sensação de estar comendo em um lugar que você não poderia normalmente... Os mesmo sintomas que estávamos com certeza demonstrando. Carlinha estava sentada de frente para mim e na mesa atrás dela sentou-se um casal de modo que o homem estava de frente para mim. Pela vestimenta da mulher e pela confiança em que o homem falava com o garçom eu logo vi que eles não eram Groupon, comentando prontamente meu veredicto com a Carlinha. Veio à entrada, que estava deliciosa, e depois o prato principal, que estávamos degustando com muita intensidade. Estava maravilhoso. Como meu filho Antônio aperta a bexiga da mãe dele, ela teve que ir ao banheiro, ato que coincidentemente a mulher da outra mesa fez logo depois dela. Assim que a mulher saiu o homem chamou o garçom, pegou o cupom do bolso e perguntou se um vinho que ele vira no cardápio fazia parte da promoção. Quando a mulher voltou, ele ofereceu a ela o vinho tal da safra tal do ano tal, igual nos filmes. Sim senhoras e senhores! Ele era um Groupon iludindo uma pobre dama.



O jantar foi delicioso e muito agradável. Então meu filho entrou em ação mais uma vez e fez a mãe dele ficar com desejo de um mousse de chocolate. Ou será que a mãe dele que a fez ficar com desejo? Nunca saberemos! Pois bem, perguntei se tinha o mousse e só tinha um bolo mousse. Como no meu ouvido de homem a palavra bolo foi ignorada e só ficou a palavra mousse, mandei trazer. E não me arrependi nem um pouco ao ver minha esposa deliciando-se com a delícia gelada, cremosa e escura. Uma das melhores sensações do mundo é ver a mulher que você ama tão satisfeita com algo que você permitiu a ela. Claro que também a ajudei a comer o bolo mousse, olhando para o garçom e fazendo o universal sinal de fechar a conta. Não sei se é chique, mas eu fiz!

O garçom veio até mim e perguntou "Cafezinho?". "Claro!", respondi sem titubear. Veio o café, que estava também uma delícia, e logo depois a conta. Tínhamos tomado dois refrigerantes cada um, e somente isso e a bolo mousse saíam do Groupon, que já estava pago. A conta veio R$34,60. Cada refrigerante custou R$4,80, o bolo mousse custou assustadores R$11,90. Só aí são R$31,10. Eles tiveram a ousadia de cobrar R$3,50 pelo cafezinho!!! "Pô Simas, mendigando R$3,50", vocês podem pensar, mas a minha pequena revolta com isso é o fato de que não me lembro de nenhum restaurante que eu tenha ido na minha vida que o cafezinho no final não foi de graça. É como se fosse a simpatia do "Volte Sempre". O café no final deixa a última impressão do restaurante e nesses casos a última impressão pode ser a que acaba ficando. Você, querido leitor, já teve a experiência de comer uma comida maravilhosa e pegar um café totalmente fraco e sem gosto no final? É com esse gosto que você sai do restaurante!

Fui reclamando do café durante todo o trajeto de volta pra casa, mas já sabendo que seria mais uma história para contar e rir junto com meus amigos. E com meus leitores.

terça-feira, 26 de abril de 2011

O jantar

Como prometido na postagem anterior e cobrado por alguns, lá vai o relato do nosso jantar.

Estávamos em casa vivenciando nosso feliz matrimônio quando me deparei com uma oferta muito boa em um site de compras coletivas de um jantar em um restaurante italiano que me pareceu muito chique. Não pensei muito e comprei a oferta, pois já fazia algum tempo que queria levar minha esposa para jantar em algum lugar diferente. Passamos duas semanas esquecidos do cupom adquirido, até que um belo dia decidimos, sem nenhum motivo especial, que seria naquela noite.

Carlinha surgiu do quarto vestida de uma forma elegante, porém sem sair do estilo dela. Estava linda, bem arrumada e maquiada. Surgiu do quarto e disse "Estou pronta", seguida da minha fala "Eu também! Vamos?". Para minha surpresa obtive como resposta "Você não vai assim no meu lado!". Eu estava de bermuda, uma camisa de única cor e sandália... Tudo bem, não estava muito apropriado para a situação, reconheço! Fui me arrumar novamente e coloquei uma calça jeans, uma blusa mais transada, um tênis bacana, boné e cordão. Agora sim minha esposa me deixou ir ao lado dela!

Quando estamos no meio do caminho pergunto para minha esposa "E aí, sabe onde que é?" e obtenho "Não!" como resposta. Esquecemos de ver onde que é o restaurante, só sabíamos que é na Barra, mais nada. Ligamos para o meu cunhado Verdan e ele nos auxiliou (tudo bem que a primeira informação que ele deu foi totalmente errada, mas ele ajudou hehe). Porém mesmo com o auxílio tivemos que fazer o mesmo retorno três vezes, até que tivemos a brilhante e óbvia de ligar para o restaurante e perguntar. Em menos de cinco minutos estávamos no estacionamento do shopping.





O restaurante fica no lado de fora do shopping, como se fosse uma expansão. É uma área muito bonita, de frente pra lagoa e com um astral muito bom. Chegamos à porta do restaurante e descobrimos que erramos a porta e na verdade o que a gente queria era o de trás. Nem nos demos o trabalho de ler o letreiro... Lamentável. Entrei no restaurante, que estava vazio, dei boa noite e pedi mesa para dois. O atendente deu um sorriso irônico e abriu os braços como se dissesse "Quantas mais você quer?". Achei estranho... Não é assim nos filmes.

Quando veio o primeiro garçom nos atender eu comecei a perguntar sobre o que meu cupom me dava direito, porém não falei nem três palavras e ele disse "É Groupon né?". Tava tão na cara assim? Isso me fez analisar em cada mesa quem era Groupon e quem não era. Isso, assim como o resto do jantar, fica para a próxima postagem.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Perdão, relato e presente!

Sei que estou devendo muito aos leitores desse blog. Peço perdão e faço aqui meu relato desse tempo ausente.

Como disse na última postagem, estava mergulhado de cabeça no projeto da gravação do meu cd demo, cujo processo estava em nível adiantado. O que eu não esperava é que minha placa de som, que me permite gravar guitarras e baixo em casa, estava adicionando ruídos indesejáveis para as faixas da gravação, ou seja, no meio da música você ouviria algo como SRHAFTCROMFUIX, e isso não soaria nada legal para você. O resultado foi que perdi três semanas de intenso trabalho. Aliás, não posso dizer que foram totalmente perdidas, pois terminei o arranjo de algumas músicas que ainda faltavam detalhes.

Tirando o fato das gravações o meu período em casa foi ótimo! Presenciei o Pedro, filho da Elidia (uma das leitoras mais assíduas desse blog), nascer, fiz dois shows com os Batráquios, fui à festa do meu priminho Alan, levei meus sobrinhos meninos, minha mãe, minha esposa e meu filho para a praia, comecei a ensinar o Gabriel a tocar violão... Enfim, muitas coisas foram feitas. Prometo para uma próxima postagem a história do meu jantar com a Carlinha em um restaurante italiano chique adquirido pelo Groupon. Foi no mínimo interessante! = D

O fato é que eu não queria de nenhum jeito embarcar sem ter nenhuma música pronta. A sensação de não ter saído do zero estava martelando a minha cabeça e o tempo estava acabando, já estava a três dias do embarque. Foi então que pensei que ia dar meu jeito e ter pelo menos uma música pronta antes de embarcar. Liguei para meu amigo e dono do Estúdio LF e marquei horário para a meia noite de domingo, provavelmente estragando planos dele para depois do cinema com a namorada. 



A música escolhida foi "Ela foi", que compus em 2009 navegando pelo rio Amazonas. Já tinha feito o arranjo das guitarras e baixo, além de ter o arranjo de bateria feito na minha cabeça. Chamei o Caio Ovelha para gravar o baixo e ele fez uma modificação linda no refrão da música. O LF me obrigou a tê-lo como meu baterista (com todo o prazer) e gravei a voz e guitarras, incluindo o solo. Meu primeiro solo, fiquei bem feliz! Os backing vocals foram feitos a quatro vozes, três minhas e uma do Caio.

O resultado me surpreendeu positivamente e me deixou muito animado para a minha volta no dia 18 de maio. Tenho certeza de que terei um bom CD demo.

Você pode conferir e baixar "Ela foi" clicando AQUI

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Tempo tempo tempo tempo

Depois de um tempo ausente, voltando à programação normal!

Peço desculpas por tanto tempo ausente. Estou mergulhado de cabeça em um projeto audacioso, ter pronto ainda nesse desembarque o meu CD demo para que eu possa divulgar as minhas músicas em gravadoras e gente influente. É um trabalho árduo, que requer muita atenção, sendo que qualquer descuido que se deixe passar pode resultar numa nova gravação em um passo adiantado do processo.

Nunca fui guitarrista, por isso mesmo estou tendo um pouco de dificuldades para gravar as bases de guitarra. A sorte é que eu conheço muito bem as músicas (mesmo porque são as minhas) e com isso as ideias fluem de um modo mais natural. Já gravei as bases de quatro músicas, metade da primeira fase do trabalho. Depois tenho que levar para gravarem os baixos, baterias e ainda arrumar um guitarrista para os solos de guitarra. Sendo realista acho que não consigo fechar as oito músicas até dia 19 de abril, mas não custa sonhar né?

sábado, 19 de março de 2011

Família... Nunca perde essa mania

Este é um texto oriundo da mente de Bruno Simas e não é inspirado em nenhuma família específica, apesar de ter um pouco de todas. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.


Filho (Fo) - AHHHHHHHHHHHHHHHH QUAL FOI?


Mãe - Qual foi o quê menino? Tá maluco?


Fo - Olha pro meu prato... só olha...


M - Que "qui" tem, criatura?


Fo - Tá tudo errado! Já falei mil vezes que o feijão tem que estar cercado pelo arroz!
Como vou comer meu bife sujo de feijão?


M - Me poupe garoto! Cala tua boca e come essa comida!


Filha (Fa) - Deixa de ser fresco moleque, quero ver no dia que tiver que comer marmita.


Fo - Ah... Vai cuidar da tua vida e dessa espinha enorme na testa!


Fa - Não deram um jeito em você quando você insistia em pedir hambúrguer no Mcdonalds sem picles, aí cresceu assim, mimado. Você sabia que na verdade minha mãe falava para colocar uma etiqueta "Feito para você" na caixa do hambúrguer? Ela falava pra você que não era picles e sim pepino! huahauhau


Fo - Ô mãe, fala pra essa garota parar de implicância... já vou ter que comer bife sujo de feijão...


M - Olha só, vocês estão abusando da minha beleza! Me deixa pelo menos almoçar
com sossego.


Fo - Com essa garota na mesa o mínimo de sossego que vai ter é no vaso quando vier
a indigestão.


Fa - Vou acabar com tua raça moleque nojento...


Fo - Vem então, tá esperando o quê?


M - PAROU A PALHAÇADA! Escuta aqui, mais um pio e ai de vocês! Não tô bem
hoje, o pai de vocês já acabou com meu dia de manhã.


Fo - (resmungando) E ainda tenho que comer esse bife sujo de feijão...


Fa - (resmungando) Fresco...


M - Affff... Menino, já recebeu alguma nota na escola?


Fo - Já sim mãe. Tirei seis em educação física e nove em artes plásticas e física.


Fa - Reclama do bife sujo de feijão, tira seis em educação física e nove em artes
plásticas e física. Mãe, esse moleque ou é nerd ou é viado.


M - Cala a boca garota! Você também hein... não é mole não...


Fa - Quantas meninas você já beijou?


Fo - Não te interessa!


Fa - E meninos?


Fo - Mãe dá uma surra nessa menina ou eu não sei o que eu faço!


Fa - (cantarolando) Ui ui ui... não sei o que faço... Garoto mimado!


M - Vai pro seu quarto menina.


Fa - Ah mãe, não tô fazendo nada demais...


M - VAI AGORA! QUE INFERNO! (Fa sai em disparada) NÃO TENHO UM PINGO
DE SOSSEGO DENTRO DESSA CASA! ÀS VEZES TENHO VONTADE DE SUMIR E DEIXAR
VOCÊS SE MATANDO!


Fo - (choroso) Mãe, não fala assim que eu fico com vontade de chorar...


M - Desculpa meu filho, mamãe ficou muito nervosa. Só foi da boca pra fora.


Fa - (gritando da janela do quarto) Mas se mudar de ideia e quiser que eu mate é só
falar huahuhaua

E o dia da mãe continuou sem sossego nenhum. Seriam poucos os dias que ela saberia o que é isso.
 

Depois de dez anos, a família reunida na sala relembrava esses momentos com um sorriso no rosto e brilho nos olhos.


Família ê, família, a família! (não esqueça a Sandra com as suas anteninhas)


segunda-feira, 14 de março de 2011

Entrevista - Cátia e Davi

A segunda entrevista da Coluna do Simas é com a dupla Cátia e Davi. Eles descobriram um ao outro como amigos para a vida e também para a vontade de fazer música. Nem Cátia nem Davi sabem tocar algum instrumento, e para fazer suas músicas acharam um jeito diferente.

Coluna do Simas: Como surgiu a relação de vocês com a música e depois a relação da música com vocês como uma dupla?

Davi: Nossa relação com a música existe desde sempre! Na infância e adolescência a Cátia teve influências de Elis, Gal, Bethânia, Fátima Guedes, Barbra Streisand, Dionne Warwick, entre outras, mas nunca tinha pensado em cantar profissionalmente e nem feito música. Quanto a mim, a música esteve presente na minha vida desde que me entendo por gente! Lembro-me de quando criança, já adorava meus discos de vinil, desenhava capas em folhas de cartolina, escrevia versos. Aos 17 fiz minha primeira composição, um louvor, enquanto fazia parte de uma igreja evangélica e lá cheguei a participar de festivais de música, corais, etc. Algum tempo depois me afastei da religião e não fiz mais nada relacionado à música até cruzar com a Cátia.
 Quando nos conhecemos, ela estava passando por uma fase emocionalmente difícil e decidiu fazer um registro pessoal em estúdio de algumas músicas de sua predileção. Como já havia percebido que tínhamos em comum o amor pela música, me convidou para gravarmos um dueto e dei algumas sugestões de repertório. Foi aí que me passou pela cabeça que esse registro deveria ter algo inédito e fiz Constelação, baseado numa história de amor de conhecidos. Antes de gravar Constelação, Cátia conheceu a sensação de estar em estúdio, fazendo uma participação na gravação de minha segunda música, que fiz para dar de presente de aniversário de namoro. A partir daí, nos empolgamos e não paramos mais!
 

CS: Como é o processo de criação das letras? Os dois compõem? Existe algum processo a ser seguido?

Cátia: Davi e eu compomos e não há um processo a seguir. Tudo simplesmente flui. Ele consegue ouvir um desabafo, uma conversa sobre vida, valores, medos, amores e transformar isso em versos, melodias. Elas também podem simplesmente surgir e no caso dele, geralmente as melodias vêm com as letras.
Costumo dizer que foi o Davi quem trouxe a tona minha capacidade de criar, pois só comecei após nossos caminhos se cruzarem. Já compus a partir de uma frase de um livro que me agradou, já sonhei com melodia, na qual o Davi colocou a letra e dei uns toques, já “recebi” músicas prontas em minha cabeça. Em alguns casos isolados, escolhemos seqüências aleatórias de acordes no PC e daí surgiram algumas de nossas “filhas”. Ao final de cada uma delas, damos uma revisada nas letras, para verificar se algo pode ser melhorado em termos de português e sonoridade. Acho importante frisar que foi ele quem fez a maior parte de nossas músicas, mas mesmo quando criamos algo separadamente, estamos sempre pensando no que o outro vai achar ou no que pode acrescentar. Como temos plena consciência de que tudo começou a partir de nosso encontro, todas as filhas têm pai e mãe, são registradas no nome dos dois.


CS: Vocês não são instrumentistas e mesmo assim os créditos para as melodias são de vocês. Como foi a descoberta do programa “Jam Studio”?

Davi: Quando compus a minha primeira música desse período de parceria com a Cátia, pedi a um amigo que pusesse os acordes nos devidos lugares. À medida que outras foram surgindo, percebi que não podia depender o tempo todo de terceiros. Pensei em algum software que pudesse me ajudar, começando uma verdadeira peregrinação na internet atrás de algo que desse forma ao que eu tinha em mente. Cheguei ao Jam Studio, que caiu como uma luva. Nele tenho sons de diferentes instrumentos em vários acordes pré- gravados. O Jam nos possibilitou muitas coisas, já que não sabíamos tocar nenhum instrumento musical. Os arranjos de todas as nossas músicas foram feitos nele.
Nosso encontro originou coisas que adoramos e às vezes me pergunto como consegui fazer todos os arranjos, já que só agora, dois anos depois de tudo iniciado, aprendi a “arranhar” algo no violão, antes não tinha noção nenhuma de qualquer instrumento musical.


Cátia e Davi


CS: Nas duas músicas que estão no Youtube, a já citada “Constelação” e também “No Escuro”, o andamento é bem lento e o clima delas bem parecido. O “Jam Studio” dá a sonoridade que vocês buscam?

Cátia: Não. O Jam é limitado, em termos de tipos de instrumentos, não permite improvisos, solos... Temos muitas coisas em mente, como por exemplo, a utilização da gaita, de uma percussão mais marcada, mas ele não nos dá a possibilidade. Como no momento não temos condições de contratar músicos que façam exatamente o que queremos, ele nos atende, pois conseguimos ver a viabilidade musical de nossas idéias, mas o nosso desejo é vê-las tocado por músicos reais e da forma que imaginamos.


CS: “Constelação” teve a voz gravada em estúdio, porém “No Escuro” não se vê a qualidade da gravação vocal vista em “constelação”. Por que colocá-la no Youtube assim mesmo?

Davi: A gravação de No Escuro não foi feita com o objetivo de divulgação. Mostramos nossas músicas para um cantor em fase de captação de repertório e ele se interessou por três, dentre elas, uma em espanhol chamada “La Oscuridad”, mas perguntou se tínhamos uma versão em português. Gravamos “No Escuro” no PC de casa, apenas para mostrar a ele. Como eu estava em uma fase de desestímulo e o momento foi muito prazeroso, senti vontade de colocar no Youtube e fiz uma surpresa para a Cátia. Temos consciência de que a qualidade está inferior, se comparada a Constelação, mas o valor emocional fez valer a postagem e o feedback tem sido bom.


CS: Existe algum objetivo além do prazer de estar fazendo música?

Cátia: Quando começamos a compor, tudo era feito apenas pelas horas agradáveis que passávamos juntos, mas mostramos para alguns conhecidos e parentes e eles gostaram. Uma colega do nosso trabalho mostrou Constelação para o tio, que conhecendo apenas essa, se prontificou a nos ajudar, pagando nosso primeiro lote de registros! Nunca vamos esquecer e somos muito agradecidos a ele por acreditar em nós. Nosso objetivo é proporcionar prazer e emoção com nossas músicas e isso tem acontecido, pois muitos são os que ouvem, gostam e dão força para continuarmos. Se as pessoas estão sendo tocadas de alguma forma, o objetivo está sendo atingido.

Constelação




No Escuro






terça-feira, 8 de março de 2011

Anedotas ultrapassadas

Ela já foi alvo de estudos por gente do calibre de Freud. Para Marvin Minsky, é com ela que o cérebro aprende o nonsense.Acreditam também que ela é super saudável, pois libera endorfina para o corpo, além de diminuir a tensão. Ela é filha da ironia. Ela é a Piada.

Existem piadas de todos os tipos, de todos os tamanhos e temas. O diferencial é quem está contando-a. Quem nunca passou por um momento constrangedor de contar uma piada e todos continuarem olhando para você, como se perguntassem qual o sentido delas no universo? “Acabou, era só isso?” O não esboçar de um sorriso é um ato cruel para quem está se esforçando para contar a piada, mas na maioria dos casos o contador faz por merecer. Sabe aquele seu primo ou cunhado que tira onda de piadista? Você sabe do que estou falando né...

Eu mesmo tornei-me uma pessoa com outro senso de humor depois que passei pela EFOMM. Lá encontrei pessoas que cultuavam a piada ruim, faziam dela uma maravilha tornando-a muito engraçada entre elas. O estilo preferido era o trocadilho, com o meu nome virando Simasturba, por exemplo. Entrei um péssimo contador de piadas e saí um péssimo contador de piadas horríveis. E me orgulho disso.

 O bom contador de piadas tem o dom do ritmo, pois uma pausa muito grande ou muito pequena pode tirar toda a graça de sua anedota. O bom contador de piadas consegue fazer você achar graça até de piada que você já tenha ouvido. E todo ano tem um bocado delas.
Vendo o desfile da Mangueira, vi um comentário do Hélio de La Peña em que ele perguntava ao Nelson Mota se ele sabia quando tinha nascido a piada de ver a Mangueira entrar. Não adianta, todo carnaval você vai ouvir essa piada! Você pode viajar para um lugar calmo, isolado do universo carnavalesco, mas quando você for à padaria comprar seu pão de todo dia você vai ouvir alguém fazendo a bendita piada.


pavê ou pacumê?


Assim como todo ano você vai ouvir as piadas sobre o pau de sebo na época de São João, do Niemeyer e Highlander, o Corinthians na Libertadores e lógico, a célebre “é pá vê ou pá cumê?”. Assim como toda a piada elas também tem a hora certa para sair das bocas rumo aos ouvidos alheios. O difícil mesmo é convencer algumas pessoas que o dom delas de contar piadas é nulo! Mas pelo menos ela se diverte, nem que seja sozinha.


 

quarta-feira, 2 de março de 2011

Fenômenos musicais passageiros

No dia dois de março completou-se quinze anos de uma tragédia que mexeu com o país inteiro, os Mamonas Assassinas morreram. Foram sete meses de uma carreira de um sucesso estrondoso, tendo vendido mais de três milhões de cópias do seu disco de estúdio, conquistando um disco de diamante. Quem teve a oportunidade de ir ao show deles realmente foi um sortudo (inveja boa do meu primo Leonardo). O dia da morte deles foi triste, muito triste... Lembro de ter visto o Gugu fazer sensacionalismo a tarde inteira. Mas não vou falar novamente das minhas lembranças.


Mamonas Assassinas

Os Mamonas não foram o único fenômeno musical com pouco tempo de duração no Brasil. Em 1973 surgia um grupo de três homens com vestimentas estranhíssimas e cheios de maquiagem, com um apelo homossexual forte e dançando o vira. Eram os Secos & Molhados, que arrebataram o mercado fonográfico na época, vendendo setecentas mil cópias. O Secos foi uma ponte do que se fazia no Brasil para o que viria a ser o rock brasileiro nos anos 80, misturando poetas como Fernando Pessoa a baladas psicodélicas e a bons rocks. Secos & Molhados teve seu fim no ano seguinte, 1974, quando estavam lançando seu segundo disco. A banda se desfez por problemas financeiros.


Secos & Molhados

Saindo do Brasil, temos um exemplo que durou um pouco mais, três anos. O Nirvana alcançou o sucesso com o hit "Smell Like Teen Spirit", em 1991, encerrando uma era em que as bandas usavam roupas extravagantes, cabelos armados e poses típicas de rock star. Kurt Cobain, vocalista da banda, foi alçado pela imprensa como líder do movimento grunge, que já era muito forte em Seatlle e ficou forte no mundo inteiro. Ainda lançariam mais um álbum de estúdio antes do suicídio de Kurt. O movimento grunge continuou forte tendo na banda Pearl Jam seu principal alicerce. Dave Grohl, baterista do Nirvana, fundou a banda Foo Fighters, obtendo bastante sucesso.


Nirvana
Para encerrar, um caso que durou seis anos, Wilson Simonal. O caso de Simonal é diferente porque o motivo do fim do sucesso não foi morte e nem dissolução da banda, mesmo porque ele era um artista solo. Wilson Simonal era considerado um cantor de primeira linha e comparado tecnicamente aos melhores cantores americanos da época, metade da década de sessenta. Foi o primeiro negro a fazer um sucesso estrondoso no Brasil, inclusive excursionando fora do país, e também a ter um programa de televisão só seu, o "Show em Si...Monal". Simonal era capaz de reger ginásios inteiros, separando o público em vozes com tonalidades diferentes. Porém em uma época em que a ditadura era pesada, Simonal era criticado por suas músicas não conterem nenhum conteúdo político, ele era criticado por querer simplesmente divertir. Em 1970, Simonal foi acusado de ter mandado dois homens ligados ao Dops sequestrar e torturar seu contador, que teria desfalcado suas finanças. O contador prestou queixa contra Simonal e nos autos do processo ele foi citado como colaborador das Forças Armadas e informante do Dops. Depois desse episódio Wilson Simonal foi simplesmente deixado de lado por seu público e sua classe. Foi sua primeira morte, a segunda foi no ano de 2000.

Wilson Simonal

Quatro exemplos de artistas que fazem a minha cabeça e que estão vivos até hoje nas minhas listas de músicas. Poderia falar também de Janis Joplin, Jimi Hendrix , Planet Hemp e Chico Science, mas isso são assuntos para um próximo post.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Tenho certeza que conheço...

Deparei-me com a foto de um mulequinho e me assustei. Apesar de não me lembrar de já tê-lo visto, a sensação que ficou é que conhecia profundamente aquela coisinha morena com um sorriso sincero no rosto. Comecei a busca na minha memória.

Fui lá pelos idos anos finais da década de 80 e lá não encontrei muita coisa. Devo ter conhecido alguns mulequinhos morenos, mas eu nasci em 87, não fica muita coisa na memória a não ser na afetiva, mas ainda assim gostei do que a memória afetiva me trouxe. Lembrar da minha vó quando ela ainda tinha as duas pernas não é tarefa simples para mim, pois ela amputou quando eu só tinha cinco anos. Lembrar minha vó Carlota com as duas pernas é quase um exercício de imaginação. É o que permite minha memória afetiva.

Entro nos anos 90 e continuo sem achar a lembrança do tal mulequinho. Nunca fui um cara muito popular na escola, nem na rua. Era uma criança com poucos amigos, mas por opção minha mesmo. Sempre muito certinho, acabava não concordando com muitas coisas que as crianças queriam fazer e acabava no meu canto. Para mim nunca foi problema, pois podia ficar lendo ou jogando videogame em paz. Realização mesmo eram as partidas de gol a gol, apelidadas simplesmente por "P", disputadas por mim e meu irmão na rampa da casa de Realengo. A galera ia ao delírio com as defesas de Pacato.

Lembrei da época que fiz o C.A. na escola Recrearte, em Realengo. De lá eu lembro apenas uma pessoa, mas era menina. No dia da apresentação do dia das mães, a minha mãe não pôde ir pela manhã, turno que eu estudava, e assim tive que me apresentar com as crianças do turno da tarde. Uma tarde já foi o suficiente para eu conhecer a menina e apresentar-mos a homenagem de mãos dadas. Lembro desse dia como se fosse ontem. Nunca mais vi Ana Lu. E tenho certeza que não conheço o tal mulequinho da Recrearte.

Meu pensamento foi também na piscina do clube CSSVM, onde meu pai nos levava sempre. Lembro do dia que venci o medo e pulei do trampolim dando um mergulho de cabeça na água. Aquele dia me senti um cara que deu orgulho pro pai, mesmo por que meu irmão sempre foi mais corajoso e melhor nessas coisas radicais do que eu. Fiquei feliz de provar pra mim mesmo que podia ser igual a ele.
Bem, voltando ao menino, na piscina também não fiz amizades... não era um menino tímido, mas não ficava conversando com ninguém para não me sentir sozinho. Era adepto do antes só do que mal acompanhado. Até hoje sou assim.

Mas minha mãe não devia gostar muito disso, conversou comigo e achamos legal ir para uma aula de teatro. Foi realmente muito bom pra mim, pois lá aprendi a me expressar com meu corpo (por mais que não faça isso, eu aprendi) e a falar de maneira que muitas pessoas ouçam. Lembro bem de ver o sorriso no rosto da minha mãe enquanto eu atuava como Fred em "A moribunda" na apresentação de fim de ano.
Novamente não fiz amigos. Novamente não me fizeram falta. Novamente não achei o tal mulequinho nessa lembrança.

Tem muitas outras lembranças em que eu poderia explorar, porém elas seriam em casos que eu e as outras crianças seríamos bem maiores que o mulequinho cuja foto vi. Até mesmo quase todos os exemplos citados aqui já eram dessa forma.
Olhei a foto novamente, senti o mesmo sentimento, mas de uma forma diferente. Conectei-me a ela e descobri o motivo de não saber quem era o mulequinho. Eu nunca fui de olhar-me no espelho, ainda mais nessa época.