quarta-feira, 2 de março de 2011

Fenômenos musicais passageiros

No dia dois de março completou-se quinze anos de uma tragédia que mexeu com o país inteiro, os Mamonas Assassinas morreram. Foram sete meses de uma carreira de um sucesso estrondoso, tendo vendido mais de três milhões de cópias do seu disco de estúdio, conquistando um disco de diamante. Quem teve a oportunidade de ir ao show deles realmente foi um sortudo (inveja boa do meu primo Leonardo). O dia da morte deles foi triste, muito triste... Lembro de ter visto o Gugu fazer sensacionalismo a tarde inteira. Mas não vou falar novamente das minhas lembranças.


Mamonas Assassinas

Os Mamonas não foram o único fenômeno musical com pouco tempo de duração no Brasil. Em 1973 surgia um grupo de três homens com vestimentas estranhíssimas e cheios de maquiagem, com um apelo homossexual forte e dançando o vira. Eram os Secos & Molhados, que arrebataram o mercado fonográfico na época, vendendo setecentas mil cópias. O Secos foi uma ponte do que se fazia no Brasil para o que viria a ser o rock brasileiro nos anos 80, misturando poetas como Fernando Pessoa a baladas psicodélicas e a bons rocks. Secos & Molhados teve seu fim no ano seguinte, 1974, quando estavam lançando seu segundo disco. A banda se desfez por problemas financeiros.


Secos & Molhados

Saindo do Brasil, temos um exemplo que durou um pouco mais, três anos. O Nirvana alcançou o sucesso com o hit "Smell Like Teen Spirit", em 1991, encerrando uma era em que as bandas usavam roupas extravagantes, cabelos armados e poses típicas de rock star. Kurt Cobain, vocalista da banda, foi alçado pela imprensa como líder do movimento grunge, que já era muito forte em Seatlle e ficou forte no mundo inteiro. Ainda lançariam mais um álbum de estúdio antes do suicídio de Kurt. O movimento grunge continuou forte tendo na banda Pearl Jam seu principal alicerce. Dave Grohl, baterista do Nirvana, fundou a banda Foo Fighters, obtendo bastante sucesso.


Nirvana
Para encerrar, um caso que durou seis anos, Wilson Simonal. O caso de Simonal é diferente porque o motivo do fim do sucesso não foi morte e nem dissolução da banda, mesmo porque ele era um artista solo. Wilson Simonal era considerado um cantor de primeira linha e comparado tecnicamente aos melhores cantores americanos da época, metade da década de sessenta. Foi o primeiro negro a fazer um sucesso estrondoso no Brasil, inclusive excursionando fora do país, e também a ter um programa de televisão só seu, o "Show em Si...Monal". Simonal era capaz de reger ginásios inteiros, separando o público em vozes com tonalidades diferentes. Porém em uma época em que a ditadura era pesada, Simonal era criticado por suas músicas não conterem nenhum conteúdo político, ele era criticado por querer simplesmente divertir. Em 1970, Simonal foi acusado de ter mandado dois homens ligados ao Dops sequestrar e torturar seu contador, que teria desfalcado suas finanças. O contador prestou queixa contra Simonal e nos autos do processo ele foi citado como colaborador das Forças Armadas e informante do Dops. Depois desse episódio Wilson Simonal foi simplesmente deixado de lado por seu público e sua classe. Foi sua primeira morte, a segunda foi no ano de 2000.

Wilson Simonal

Quatro exemplos de artistas que fazem a minha cabeça e que estão vivos até hoje nas minhas listas de músicas. Poderia falar também de Janis Joplin, Jimi Hendrix , Planet Hemp e Chico Science, mas isso são assuntos para um próximo post.

4 comentários:

Pacha disse...

Paulo Chagas - Aula.

Li... disse...

Isso são apenas os q eu chamo de "bons" fenômenos musicais passageiros...rsrs...

Marly disse...

Filho,
Deixe que eu relembro.
No dia da morte dos Mamonas, foi muito difícil para te contar, pois foi logo pela manhã, ao acordar.
Pela grande admiração que você tinha por eles, a tristeza se fez legal.
Realmente, você conseguiu reunir nomes que fazem um show até hoje, mesmo mortos ou separados.

baby disse...

comentando só pra Você saber que eu to aqui. lendo essa bagaça . como sempre lerei suas bagaças.