quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Pela Internet

"Criar meu website; fazer minha homepage; com quantos gigabytes se faz uma jangada, um barco que veleje, que veleje nesse informar?"  A onda de protestos no Egito e em vários países do mundo árabe já está sendo conhecida como "Revolta da Internet". O papel social da internet de ligar os mundos mais distantes, reduzir distâncias e informar nunca esteve tão escancarado para mim. O povo da Tunísia começou e hoje o que se vê no mundo árabe chega a ser emocionante, roteiro de filme.






Esse movimento é tão forte que até países com regimes totalitários, mas que não são do mundo árabe, estão preocupados. A China, que permitia um acesso muitíssimo limitado para a rede, bloqueou de vez. A primeira vez que tenho notícia que um regime bloqueou a internet por medo de revoltas programadas dentro dela foi nas Maldivas, em 2004. A tentativa do governo egípcio mostrou-se ineficiente, pois assim como são em todos os lugares do mundo, os hackers do Egito estão conseguindo furar esse bloqueio, além de existir um serviço lançado pelo Google e pelo Twitter em que egípcios ligam de qualquer telefone para o número fornecido, gravam uma mensagem, que é codificada e lançada com texto e áudio na rede. O vídeo abaixo mostra uma reportagem sobre censura na internet no Egito para as eleições legislativas que culminaram na onda de protestos.


Não adianta tentar bloquear a informação. Felizmente chegamos a um ponto em que se não for por um jeito vai por outro. Desde os tempos mais primórdios sempre se deu um jeito, por que não agora na época internética? Se pensarmos bem, o que não faz sua vizinha fofoqueira que não é levar a informação de um lado para outro? E você, mesmo dizendo que não, adora uma fofoquinha!!


Infelizmente o povo brasileiro perdeu esse espírito contestador que o povo árabe está mostrando. Quando se tenta fazer algum protesto ou passeata, até se consegue reunir um bocado de gente, mas a maioria são pessoas que depois de andar algumas ruas em grupo gritando palavras de ordem acham que já fizeram sua parte e que aquilo foi mais do que o suficiente. As coisas não acontecem, a cobrança esfria e tudo fica na mesma.

O último grande movimento que tive notícia aqui no Rio foi o MPD - Movimento Pró-Democracia, que surgiu após a apuração das eleições de 2008. Foi criado um movimento na internet e conseguiram reunir um número considerável de pessoas em um protesto pacífico e apartidário (apesar de ter tido gente tentando tirar proveito). Existe a comunidade do movimento no Orkut até hoje e lá são debatidos os temas pertinentes para a nossa sociedade, principalmente os atos dos nossos políticos, é claro!


 




Movimentos como o MPD que me fazem ter a esperança de que quando acharem que podem fazer o que quiserem conosco, eles irão comandar o povo para dizer que não somos babacas.


comunidade do MPD no orkut - http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=74069409

2 comentários:

Aline Rosset disse...

Não esqueça o MCCE - Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que mobilizou milhares de assinaturas para o projeto Ficha Limpa, importante passo para combate à política atual!
Bjos!

Pacha disse...

Paulo Chagas – Todo esse texto, é perene! Basta tirar a atual conjuntura e veremos, sempre, os humanos perseguindo a Liberdade. As tecnologias mudam (A mudança é a única certeza), mas a tenacidade dos humanos é imutável e infinita (humanos são todos aqueles que vivem e revivem em um orbe, seja ele qual for). Quanto aos brasileiros, tenha mais paciência com eles! É um povo que não doa sangue. Sabe o motivo?